Música com Inteligência Artificial

Sempre que vejo algo sobre composição musical através de algoritmos eu me lembro do TCC do Fernando Augusto Paz, que orientei em 2010, intitulado Biblioteca de Composição Musical Algorítmica. Foi publicado um artigo que fala sobre a questão computacional do desenvolvimento do framework e um sintetizando a composição musical. É possível ouvir a composição através do vídeo disponibizado em https://www.youtube.com/watch?v=ToFz1wuKPoY e também baixando a apresentação realizada no Computer on the Beach.

Lendo uma matéria na revista Época, resolvi escrever esse post para destacar as composições apresentadas na reportagem e também organizar minhas próprias referências.

Um destaque da matéria da revista é “se a IA é capaz de fazer música, isso faz dela um artista também?”. “Deveria o artista original, cujo estilo está sendo usado para treinar a máquina, ter direitos de propriedade intelectual sobre a gravação resultante?”.

Com relação a primeira pergunta, eu considero que quem desenvolveu o IA é sim o(s) artista(s), inclusive detentor dos possíveis direitos. Com relação a segunda pergunta, lanço outra pergunta: uma banda que se inspira em outra para suas produções musicais deveria pagar direitos de proprieadade intelectual sobre a gravação resultante? a meu ver não. Se não forem copiados trechos e sim apenas se inspirado e gerada uma produção nova, então não existe essa necessidade.

Veja na sequência exemplos de ferramentas e aplicações na área de produção musical que já utilizam IA, tanto para apoio a composição, quanto para a produção completa em si.

Diversas iniciativas buscam fazer música utilizando Inteligência Artificial. Uma delas é o projeto Magenta, do Google. Para avaliar um projeto utilizando o Magenta, experimente o jogo Runn. Nesse jogo as fases são criadas baseadas em músicas criadas para a execução da fase. Sendo assim, toda vez que você jogar será apresentada uma fase diferente e com uma música diferente. Experimente também o Neural Melody Autocompletation, onde você faz acordes e a IA completa com a música. Mas com certeza a demonstração mais interessante é o Doogle comemorativo do Google para Sebastain Bach. Nele você coloca algumas notas na partitura e a IA harmoniza sua escolha baseando-se na análise de 300 obras do compositor.

Outra iniciativa é o Flow Machines, da Sony. Uma música criada utilizando o Flow Machines é encontrada em https://www.youtube.com/watch?v=LSHZ_b05W7o, sendo produzida no estilo dos Beatles. Outra solução é o Jukedeck, cujo vídeo em https://www.youtube.com/watch?v=O1UyHgjht6c permite perceber as capacidades oferecidas.

Com relação a aplicação real do recurso de IA, recomendo conhecer o MIMIC. O MIMIC é uma plataforma web que utiliza aprendizado de máquina para artistas explorarem recursos da IA. Essa plataforma foi utilizada pelo grupo inglês de música eletrônica Massive Attack para a produção de seu álbum Mezzanine, de 1998.

A produtora musical Holly Herndon lançou em 2019 o álbum Proto, no qual utilizou uma IA chamada Spawn, que permite imitar, interpretar e desenvolver ideias musicais.

Outras produções interessantes, embora o resultado não seja bom, estão no Youtube, onde é possível conferir uma trilha de death metal e outra de free jazz que são geradas ao vivo e 24 horas por dia.

Esse post está incompleto. Ainda vou escrever mais….

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